domingo, 17 de maio de 2015

A primeira final do resto das nossas vidas...

foto: Gazeta Online

Final de campeonato, 16 de maio de 2015, pela trigésima sétima vez em sua história o Rio Branco Atlético Clube sagrou-se CAMPEÃO CAPIXABA. Um título ganho com muito empenho dentro e fora de campo, pelos atletas, comissão técnica e também pela diretoria.

Dentro de campo foi superior em todo o campeonato, uma defesa segura, laterais ofensivos, volante brigadores, meias habilidosos e atacantes iluminados com gols nos momentos certos. A comissão técnica sempre passou a imagem de ter formado uma família, titulares e reservas se revesavam no time principal com uma naturalidade difícil de se ver hoje em dia. E assim foi até a final, que por uma dessas circunstâncias do futebol teria que por um contra o outro, 30 anos depois, os dois maiores rivais do estado.

E a final, que final, dentro de campo não passou de um jogo quase normal, nervoso, pegado, com poucas oportunidades de gol, alguns erros de arbitragens capazes de fazer com que o mais pacato dos torcedores enchesse a boca com um sonoro palavrão. Mas nas arquibancadas amigo, o que foi essa final. Foram 15.600 torcedores, 11mil ingressos vendidos antecipadamente, renda de 385 mil reais brutos. Muito, mais muito acima do normal para o campeonato capixaba.

E pensar que a final quase não foi no Kleber Andrade, único palco no estado capaz de abrigar um público dessa magnitude. Só foi possível graças a coragem da diretoria, se depende-se do governo do estado, dono do estádio essa final não teria sido lá. Laudos com exigências mirabolantes, alterações de segurança numa praça esportiva novinha em folha, aproximadamente 100mil reais de custos para um jogo apenas.  Algumas ações como a divisão entre as torcidas são compreensíveis, já que o estádio não está oficialmente terminado, mas o que explica a necessidade de uma grade provisória de 2 metros de altura por cima da existente no meio da torcida? Será que o corpo de bombeiros vai mandar a secretaria de obras quebrar a grade existente e mandar aumentar antes de entregarem o estádio, ou foi só para o Rio Branco jogar lá? Estivemos no show do Paul MacCartney lá ano passado e não tinha nada disso.

A liberação do estádio foi mesmo uma novela a parte, os laudos solicitados com uma semana de antecedência foram entregues meia hora antes do prazo que o clube tinha para informar a federação a alteração do local do jogo. Ficou claro que alguém não queria que a final fosse lá. Infelizmente interesses políticos estão acima do esporte aqui no estado. 

O que nos resta é esperar que o estádio Kleber Andrade seja finalmente entregue e que a forma de utilização do estádio seja definida, que as condições e os custos sejam coerentes com a situação do nosso futebol.

Mas felizmente conseguimos, a festa foi linda, cerveja puro malte a preço de skol, transmissão ao vivo na tv para todo o estado, repercussão positiva na mídia, crianças e mulheres na arquibancada, retorno de propaganda positivo para todo mundo que investiu.



O futebol é uma indústria rentável em todos os lugares do mundo, não é diferente no espírito santo, basta um primeiro empurrão para a roda do sucesso começar a girar, clubes se profissionalizando, patrocinadores com confiança num trabalho sério, apoio da mídia, estádios lotados, etc.

Parabéns Rio Branco, não só pelo título, mas por talvez ter dado o primeiro passo num novo ciclo do futebol por essas bandas capixabas. Quem sabe essa não foi a primeira final do resto das nossas vidas.

Vamos Rio Branco!
 


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