domingo, 27 de novembro de 2011

A melhor Skol de todos os tempos!!!





Brincando? Brincando nada! Treinando pro próximo teste cego!!!




sábado, 19 de novembro de 2011

Ben Harper no Brasil: confira o provável repertório do show!




O cantor californiano Ben Harper se apresentará em seis capitais brasileiras em dezembro encerrando a turne do seu último disco "Give till It´s Gone" que já passou pela América do Norte, Europa, Austrália, África e pelo Chile, durante o festival Lollapalooza.

Esta é a segunda vez que ele vem ao Brasil com seu último trabalho já que no primeiro semestre fez dois shows com entrada franca em Florianópolis na praia do Campeche, área de preservação ambiental.

Nesse último disco, muito introspectivo, Ben Harper deixa transparecer um certo sofrimento nas suas composições, bem característico do Blues, mas sem perder sua identidade com a música praiana e a boa e hipnotizante guitarra havaiana.

Com 17 anos de carreira e dois Grammys no curriculum, Ben teve com a participação do ex-Beatle Ringo Star em duas faixas do álbum. Cá entre nós não é qualquer um que tem a moral de poder dizer pros netinhos que entrou num estúdio com um Beatle.

Junto com seu amigo de surf Donavon Frankenreiter e com a participação especial da cantora brasileira Vanessa da Matta no single "Boa sorte", Ben promete noites com música de altíssima qualidade.

As apresentações acontecerão em:

03/12/11 - Porto Alegre, RS 
04/12/11 - Florianópolis, SC
06/12/11 - Belo Horizonte, MG
07/12/11 - Brasília, DF
09/12/11 - São Paulo, SP
10/12/11 - Rio de Janeiro, RJ


Em um dos shows de Florianópolis Harper usou o setlist abaixo e provavelmente o repetirá nos shows de dezembro, salvo pequenas alterações, já que a ideia da turne é divulgar seu último disco:

01 - I Will Not Be Broken

02 - Number With No Name
03 - Lay There & Hate Me
04 - Diamonds On The Inside
05 - Better Way
06 - Mutt
07 - Another Lonely Day
08 - Walk Away
09 - Ground On Down
10 - Boots Like These
11 - Keep It Together (So I Can Fall Apart)
12 - Boa Sorte

Bis: 
13 - Feel Love
14 - Up To You Now



sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Petróleo traz pobreza ao Rio e pré-sal repete modelo, revela pesquisa


Em tempo de manifestações sobre a partilha dos royalties do pré-sal, é importante pensarmos em algumas coisas. Se no Espírito Santo o dinheiro do Petróleo nas mãos do governador Paulo Hartung foi a ferramenta necessária para a reconstrução do estado após o desastroso mandato de José Inácio, no norte do Rio de Janeiro ele é motivo de desgosto.

Quem já esteve em Macaé sabe do que eu estou falando. Chega a ser revoltante andar pela cidade mal cuidada sabendo que ela devia ser uma das mais prósperas e desenvolvidas do país.

É um absurdo dizer que os royalties devem ser distribuídos igualitariamente entre os estados brasileiros, pois são os estados produtores que sofrem com os aspectos negativos da produção de Petróleo (especulação imobiliária, riscos ambientais, crescimento desordenado, etc.)

Se os recursos do Petróleo devem ser divididos, porque não dividimos os royalties do minério de Carajás? e a soja do centro oeste? e a madeira da Amazônia legal? A gente pode aproveitar e acabar com a guerra do ICMS e padronizar o valor do imposto para todo país. Que tal?

Essa disputa a muito tempo deixou de ser saudável para o Brasil. Somos uma federação de estados, com riquezas e mazelas diferentes, que devem ser respeitadas e vistas pela união com olhos realmente de unidade e não de hipocrisia e ganância.

Abaixo sequem os dados de pesquisa realizada recentemente sobre o impacto do dinheiro do Petróleo no norte fluminense ao longo dos anos e também uma entrevista com o professor responsável, publicadas respectivamente no Geofísica Brasil e no Terra.

Dica enviada por Renato Freitas, vulgo Tech Buff.


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Os projetos do Congresso para a redistribuição dos royalties do pré-sal reforçam o modelo que tem trazido pobreza às cidades que recebem verba, afirma o professor Cláudio Paiva, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). Doutor em economia, ele pesquisou o destino do dinheiro do petróleo em cidades da Bacia de Campos, no norte do Rio de Janeiro, e verificou que a pobreza persiste apesar de muito dinheiro em mãos: é a maldição da abundância. O problema, diz, é que o recurso extra se perde em burocracia, aumento do funcionalismo e corrupção.

- Em cidades como Campos dos Goytacazes, criou-se uma maldição da riqueza. Esse dinheiro foi gasto com a máquina pública e não trouxe desenvolvimento. Com essa distribuição dos recursos do pré-sal que está sendo discutida, certamente também não traremos desenvolvimento.


CIDADE RICA: Plataforma de petróleo na Bacia de Campos - município de Campos dos Goytacazes recebeu mais de R$ 1 bilhão em royalties em 2010 (Foto: Futura Press)


CIDADE POBRE: Enchente afeta moradores do Bairro de Ururaí, em Campos dos Goytacazes. (Foto: Futura Press)

A pesquisa de Paiva aponta que investimentos em saúde e educação não foram prioritários nos últimos anos no norte fluminense. A maioria dos gastos em Campos dos Goytacazes, por exemplo, foi para dar conta do inchaço da máquina pública. O município recebeu em 2010 mais de R$ 1 bilhão pelos royalties, segundo dados do InfoRoyalties, sistema da Universidade Candido Mendes. A verba, porém, teve que dar conta de um número crescente de empregados do governo municipal. O número de pessoas empregadas no serviço público subiu de 6 mil em 2000 para 17,4 mil em 2010, três vezes mais do que os empregos no setor privado.

O projeto que redistribui recursos do pré-sal entre estados produtores e não-produtores foi aprovado no Senado sob protestos dos parlamentares do Rio de Janeiro e Espírito Santo. A proposta apresentada em substitutivo do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) diminui a verba que vai para estes Estados e a que fica com a União. O debate pouco tratou das áreas de aplicação das verbas e acabou centrado no embate entre Estados por mais recursos. Em trecho em que explica como deve ser aplicado o dinheiro dos chamados Fundos Participativos, o texto do senado lista uma infinidade de setores que vão da defesa civil ao combate as drogas.

Campos dos Goytacazes é a cidade brasileira que mais recebeu recursos do petróleo ao longo da historia, mesmo antes de se descobrir o pré-sal. O município levava cerca de 32% dos royalties do petróleo em 2008, conforme apontou a pesquisa da Unesp. Mas a qualidade de vida da população não melhorou. A cidade tem um PIB (Produto Interno Bruto) per capta de R$ 67.445,76, de acordo com o IBGE. O número é três vezes maior que o PIB per capta de Niterói, de R$ 19.317,72. Ainda assim, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) em Campos coloca a cidade 54 posições abaixo de Niterói no ranking fluminense. O índice de Niterói - 0,886 numa escala em que o máximo é 1 - é o melhor do Rio, enquanto o de Campos é apenas 0,752. Isso significa que a riqueza do PIB não está sendo convertida em desenvolvimento da educação, saúde e em distribuição de renda.
Cidades destacadas em laranja escuro pertencem a região do norte fluminense que mais recebe royalties: aumento de gastos com a máquina pública não garantiu melhora no desenvolvimento humano (Fontes: InfoRoyalties, a partir de Agência Nacional do Petróleo e Ministério do Trabalho/Pnud)

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Leia a entrevista do pesquisador Cláudio Paiva.

Terra Magazine - Qual a sua leitura do projeto de distribuição dos royalties do pré-sal aprovado no Senado na última semana?

Cláudio Paiva - A disputa federativa é legítima, mas o que aconteceu no Senado foi uma disputa fratricida. Precisávamos que o debate fosse sobre um projeto de nação, pois o pré-sal é uma oportunidade única de enfrentamento de problemas regionais e sociais históricos. O que a gente viu foi cada Estado olhando seu caso particular. Me parece um debate muito pobre. Perdemos uma chance histórica de transformação da sociedade brasileira.

Sua pesquisa mostra que as cidades do Rio vivem na pobreza apesar dos recursos do petróleo. Corremos o risco de reproduzir esse padrão com os recursos do pré-sal?

Em cidades como Campos (dos Goytacazes), criou-se uma maldição da riqueza. Esse dinheiro foi gasto com a máquina pública e não trouxe desenvolvimento. Com essa distribuição dos recursos do pré-sal, certamente não traremos desenvolvimento. É importante que a gente olhe as experiências passadas. Desde a Lei do Petróleo, nós temos a experiência da elevada concentração de recursos do petróleo na cidade de Campos, por exemplo. Os municípios do Rio de Janeiro são os que mais recebem recursos do petróleo. Isso foi muito ruim. Levou a corrupção, não melhorou a saúde, não melhorou a habitação, não melhorou educação. A infraestrutura do município é muito precária. Nós temos essa possibilidade de olhar a experiência passada e ver que o formato aprovado no Senado é muito ruim. Destinar os recursos do pré-sal para Estados e municípios gastarem com folha de pagamento, com previdência ou com obras de cunho eleitoral é má utilização do dinheiro público. É importantíssimo que esse dinheiro não vá para o ralo.

Durante os debates sobre a distribuição dos royalties no Senado, faltou discutir onde aplicar?

Nós tínhamos que olhar para como promover a redução das desigualdades regionais e sociais. A pulverização do fundo por muitas áreas diversas e muitos municípios é ruim. A previsão inicial é investir em educação, infraestrutura, cultura, saúde, segurança, meio ambiente, defesa civil... tem até prevenção do uso de drogas. São muitas áreas, isso não vai levar o país a um desenvolvimento pleno.

Qual seria um modelo mais adequado, na sua opinião?

Precisamos de uma ação mais focalizada, escolher dois ou três setores e fazer maciços investimentos. Setores como educação, pesquisa e infraestrutura. O correto não seria fazer essa total distribuição, mas agregar mais recursos para que você fizesse um investimento que pudesse mudar nosso padrão de desenvolvimento. O segundo ponto é a ideia de que é necessário estabelecer um controle social muito forte sobre esses recursos. É muito dinheiro para dar uma liberdade extrema aos governantes. É necessário que o controle social seja pleno.

Terra Magazine - Terça, 25 de outubro de 2011 - Dayanne Sousa