Início de show. Detalhe pra capa de Cabeça Dinossauro ao fundo.
Ontem foi uma noite especial para os fãs de rock em Vitória. Os Titãs passaram pela cidade com o seu show comemorativo de 30 anos de carreira e não deixaram pedra sobre pedra. Com uma apresentação de duas horas e meia, contanto com um interpretação na íntegra do disco Cabeça Dinossauro e mais grandes sucessos, a banda celebrou a amizade no palco e brindou os fãs com uma bela e bruta dose de rock nacional de qualidade.
Antes de falar do show em si cabe aqui um relato. Comprei o ingresso com antecedência, chequei em um dos pontos de vendas e perguntei o preço, pedi dois, paguei e levei pra casa. Chegando em casa vi que os ingressos eram meia-entrada. Ora bolas, mas em nenhum momento eu disse que era estudante. E também não to aparentando ter mais de 60! Ou estou? [pausa pra dar uma olhada no espelho]. Conversando com algumas pessoas, descobri que em muito eventos hoje, vende-se só meia entrada, o que na verdade é uma forma de não se ter meia-entrada. Como diria Capitão Nascimento: " O sistema é F*** parceiro!
Mas voltando para o que interessa, o show foi pancada! Para os fãs mais novos que conhecem a banda por causa das versões acústicas lançadas na década passada pode ter sido estranho ouvir algumas músicas com a levada punk original. Mas pra quem foi no show esperando ver isso, foi um deleite. A opção de se manter no palco apenas os titãs originais, sem banda de apoio com exceção do baterista é claro, deu ao show um tom de "ensaio aberto" que parece que coloca a platéia do lado da banda. Ensaio aberto mas com muito profissionalismo, por favor não me entendam mal.
Porrada! O som do vídeo infelizmente não ficou bom.
Branco Mello mandando muito bem no baixo, que em algumas músicas passou também na mão do Paulo Miklos e do Sérgio Brito. Outro ponto que chamou atenção foi a pegada das guitarras, em algumas músicas três ao mesmo tempo. Abusando dos efeitos e das distorções, sempre com os solos do Bellotto sobressaindo.
Titãs no palco com Branco Mello no baixo.
Fim de show, os Titãs se despedem de Vitória e voltam para o camarim. A platéia inflamada grita o nome da banda sabendo que voltariam para o tradicional bis. E eles voltam, tocam mais três músicas e se despedem de novo, dessa vez pra valer. Será? O palco continua apagado mas a platéia não arreda o pé, então eis que de repente um Holding volta ao palco pluga uma guitarra de novo na caixa, recoloca um microfone... tem mais.
A banda volta, Belloto já com outra camiseta, Paulo Miklos volta ao microfone: "vocês são do C*****LHO!". Eles tocam Comida e a galera canta junto. A música acaba, eles se olham com aquela cara de "e agora?!". Sergio Brito, quer terminar, já são duas horas e meia de show, mas a banda decide tocar mais uma. Paulo retoma o microfone: "o Bellotto não quer ir embora [risos].... essa é pra retribuir o carinho de vocês..." Eles tocam "É preciso saber viver" e encerram um show espetacular!
A primeira despedida.
Fim de show, saio com a sensação de ter assistido um grupo de amigos se divertindo no palco. E também com um saudosismo saudável de uma fase da vida em que esse tipo de show era mais frequente. Fase que diga-se de passagem, curti em plenitude, assim como estou curtinho a fase atual. A música desses caras vou levar pra sempre.
Vida longa aos Titãs!
Pra fechar com chave de ouro só faltava comer um "podrão" antes de dormir!
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