Sabe aquele tipo de livro que te faz pensar, que faz você ver as coisas por ângulos diferentes? Pois bem, 1984 de George Orwell vai fazer sua cabeça explodir com a sua forma de descrever o poder e a política, e o melhor, vai fazer isso com a sutileza de quem sabe explicar o seu raciocínio com clareza e didática, quase como uma professora do pré-primário.
Apesar de nos Estados Unidos ter sido tido como uma crítica ao comunismo, George Orweel na verdade criou uma visão muito própria e particular que se enquadra em qualquer tipo regime, seja ele de esquerda ou de direita, comunista ou facista. O poder não é o meio, o poder é o fim, ele existe por ele mesmo, esse é o mote de qualquer regime totalitário.
Por isso ao lê-lo não se arme, deixe de lado suas convicções políticas, apenas imagine como seria, no fundo o livro não passa de um ensaio sobre a sociedade, uma visão de alguem que acabou de passar pela segunda guerra mundial e descreve, até certo ponto de forma caricata, como pode vir a ser o mundo dos seus descendentes no longincuo 1984.
Diferente dos outros livros sobre os quais já escrevi aqui no blog não pretendo fazer uma crítica ou mesmo uma resenha. 1984 é tão rico em conceitos que cada um deles mereceria páginas e páginas de reflexão. Por isso me reservo ao direito de apenas contextualiza-los sobre o autor e o livro, e em seguida listo os pontos que me chamaram a atenção durante a leitura. De acordo? Então vamos lá.
Esta é a sinpose retirada do site da Companhia da Letras:
Quando foi publicada em 1949, poucos meses antes da morte do autor, essa assustadora distopia datada de forma arbitrária num futuro perigosamente próximo logo experimentaria um imenso sucesso de público. Seus principais ingredientes - um homem sozinho desafiando uma tremenda ditadura; sexo furtivo e libertador; horrores letais - atraíram leitores de todas as idades, à esquerda e à direita do espectro político, com maior ou menor grau de instrução. À parte isso, a escrita translúcida de George Orwell, os personagens fortes, traçados a carvão por um vigoroso desenhista de personalidades, a trama seca e crua e o tom de sátira sombria garantiram a entrada precoce de 1984 no restrito panteão dos grandes clássicos modernos.
Muitos leram 1984 como uma crítica devastadora aos belicosos totalitarismos nazifascistas da Europa, de cujos terríveis crimes o mundo ainda tentava se recuperar quando o livro veio a lume. Nos Estados Unidos, foi visto como uma fantasia de horror quase cômico voltada contra o comunismo da hoje extinta União Soviética, então sob o comando de Stálin e seu Partido único e inquestionável. No entanto, superando todas as conjunturas históricas - e até mesmo a data futurista do título -, a obra magistral de George Orwell ainda se impõe como uma poderosa reflexão ficcional sobre os excessos delirantes, mas perfeitamente possíveis, de qualquer forma de poder incontestado, seja onde for.
Dito isso, abaixo estão os conceitos mais impactantes que listei durante a leitura e compatilho com vocês, soltos assim como eu os coloco podem parecer fortes demais, ou então vagos demais, porém com a idéia de Orwell é fazer uma crítica a sociedade, seja ela qual for, absorva-os da forma que melhor entender com o seu prórpio contexto, se este texto despertar seu interesse compre o livro e o leia. Se não dispertar, ao menos, muitos trechos abaixo dariam ótimas frases de impacto para camisetas.
Divirta-se e fique a vontade para compatilhar nos comentários suas impressões.
Apesar de nos Estados Unidos ter sido tido como uma crítica ao comunismo, George Orweel na verdade criou uma visão muito própria e particular que se enquadra em qualquer tipo regime, seja ele de esquerda ou de direita, comunista ou facista. O poder não é o meio, o poder é o fim, ele existe por ele mesmo, esse é o mote de qualquer regime totalitário.
Por isso ao lê-lo não se arme, deixe de lado suas convicções políticas, apenas imagine como seria, no fundo o livro não passa de um ensaio sobre a sociedade, uma visão de alguem que acabou de passar pela segunda guerra mundial e descreve, até certo ponto de forma caricata, como pode vir a ser o mundo dos seus descendentes no longincuo 1984.
Diferente dos outros livros sobre os quais já escrevi aqui no blog não pretendo fazer uma crítica ou mesmo uma resenha. 1984 é tão rico em conceitos que cada um deles mereceria páginas e páginas de reflexão. Por isso me reservo ao direito de apenas contextualiza-los sobre o autor e o livro, e em seguida listo os pontos que me chamaram a atenção durante a leitura. De acordo? Então vamos lá.
Esta é a sinpose retirada do site da Companhia da Letras:
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Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O'Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que "só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro".Quando foi publicada em 1949, poucos meses antes da morte do autor, essa assustadora distopia datada de forma arbitrária num futuro perigosamente próximo logo experimentaria um imenso sucesso de público. Seus principais ingredientes - um homem sozinho desafiando uma tremenda ditadura; sexo furtivo e libertador; horrores letais - atraíram leitores de todas as idades, à esquerda e à direita do espectro político, com maior ou menor grau de instrução. À parte isso, a escrita translúcida de George Orwell, os personagens fortes, traçados a carvão por um vigoroso desenhista de personalidades, a trama seca e crua e o tom de sátira sombria garantiram a entrada precoce de 1984 no restrito panteão dos grandes clássicos modernos.
Muitos leram 1984 como uma crítica devastadora aos belicosos totalitarismos nazifascistas da Europa, de cujos terríveis crimes o mundo ainda tentava se recuperar quando o livro veio a lume. Nos Estados Unidos, foi visto como uma fantasia de horror quase cômico voltada contra o comunismo da hoje extinta União Soviética, então sob o comando de Stálin e seu Partido único e inquestionável. No entanto, superando todas as conjunturas históricas - e até mesmo a data futurista do título -, a obra magistral de George Orwell ainda se impõe como uma poderosa reflexão ficcional sobre os excessos delirantes, mas perfeitamente possíveis, de qualquer forma de poder incontestado, seja onde for.
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Divirta-se e fique a vontade para compatilhar nos comentários suas impressões.
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"Quem controla o passado controla o futuro; quem controla o presente controla o passado."
"Se é que há esperança, escreveu Winston, a esperança está nos proletas [...] porque só ali, naquelas massas desatendidas, naquele enxame de gente, oitenta e cinco por cento da população da Oceânia havia possibilidade que se gerasse força capaz de destruir o partido."
"Enquanto eles não se conscientizarem, não serão rebeldes autênticos e, enquanto não se rebelarem, não têm como se conscientizar."
"Não era desejável que os proletas tivessem ideias políticas sólidas. Deles só se exigia um patriotismo primitivo, que podia ser invocado sempre que fosse necessário fazê-los aceitar horários de trabalho mais longos ou rações mais reduzidas. E mesmo quando eles ficavam insatisfeitos, como as vezes acontecia, sua insatisfação não levava a lugar nenhum, porque, desprovidos de ideias gerais como eram, só conseguiam fixar-se em queixas específicas e menores. Os grandes males invariavelmente escapavam a sua atenção"
"Tudo se esmaecia na névoa. O passado fora anulado, o ato da anulação fora esquecido, a mentira se tornara verdade."
"No fim o Partido haveria de anunciar que dois mais dois são cinco, e você seria obrigado a acreditar. Era inevitável que mais cedo ou mais tarde o Partido fizesse tal afirmação: a lógica de sua posição o exigia [...] A heresia das heresias era o bom senso."
"Liberdade é a liberdade de dizer que dois mais dois são quatro. Se isso for admitido, tudo mais é decorrência."
"A Loteria, com seus prêmios semanais milionários, era o único acontecimento político que efetivamente despertava o interesse dos proletas. Era muito provável que para milhões deles a Loteria fosse o principal, senão o único, motivo para continuar vivos. Era seu deleite, sua loucura, seu analgésico, seu estimulante intelectual."
GUERRA É PAZ
LIBERDADE É ESCRAVIDÃO
IGNORÂNCIA É FORÇA
"Os proletas [...] não eram leais nem a um partido, nem a um país, nem a uma ideia: eram leais uns aos outros. Pela primeira vez na vida não desprezou os proletas nem pensou neles apenas como um força inerte que um dia despertaria para a vida para reformar o mundo."
"Os homens do partido [...] podiam arrancar de você até o último detalhe de tudo que você já tivesse feito, dito ou pensado; mas aquilo que estava no fundo de seu coração, misterioso até para você, isso permaneceria inexpugnável."
"Não há a menos possibilidade de que ocorram mudanças perceptíveis em nossa geração. Nós somos os mortos. Nossa única vida genuína repousa no futuro."
"... o objetivo de travar uma guerra é sempre estar em melhor posição para travar outra guerra."
"Contudo os perigos inerentes à máquina {a tecnologia em geral} continuam existindo. Assim que ela surgiu, ficou claro para todas as mentes pensantes que os homens já não seriam obrigados a trabalhar - e que, como consequência, em grande medida a desigualdade entre eles também desapareceria. Se a máquina fosse usada deliberadamente para esse fim, a fome, o trabalho duro, a sujeira, o analfabetismo e a doença desapareceriam em poucas gerações.[...] Mas também ficou claro que o aumento global da riqueza talvez significasse a destruição da sociedade hierárquica. Num mundo no qual todos trabalhassem pouco, tivessem o alimento necessário, vivessem numa casa com banheiro e refrigerador e possuíssem carro ou até avião, a forma mais óbvia e talvez mais importante de desigualdade já teria desaparecido. Desde o momento em que se tornasse geral, a riqueza perderia o seu caráter distintivo."
"Claro era possível imaginar uma sociedade na qual a riqueza, no sentido de bens e luxos pessoais, fosse distribuída equitativamente, enquanto o poder permanecia nas mãos de uma pequena casta privilegiada. Na prática, porém, uma sociedade desse tipo não poderia permanecer estável por muito tempo."
"O problema era: como manter as rodas da indústria em ação sem aumentar a riqueza real das pessoas? Era preciso produzir mercadorias, mas as mercadorias não podiam ser distribuídas. Na prática, a única maneira de conseguir isso foi com a guerra ininterrupta."
"Em princípio, o esforço de guerra é sempre planejado de forma a consumir todo o possível excedente, depois de atendidas as necessidades básicas da população."
"... a consciência de estar em guerra, e portanto em perigo, faz com que o comissionamento de todo poder a uma pequena casta seja visto como uma condição natural e inevitável de sobrevivência."
"... para ser eficiente era necessário ser capaz de aprender com os fatos do passado."
"[...] quando a guerra se torna, sem exagero, contínua, ela também deixa de ser perigosa. Quando a guerra é contínua, não existe isso que denominamos necessidade militar."
"O livro o fascinava, ou, mais exatamente, tranquilizava-o. Em certo sentido não lhe dizia nada de novo, o que era parte do fascínio. Dizia o que ele teria dito, se tivesse a capacidade de organizar seus pensamentos dispersos. Era o produto de uma mente semelhante à dele, porém muitíssimo mais poderosa, mais sistemática, menos amedrontada. Os melhores livros, compreendeu, são aqueles que dizem o que você já sabe."
"Ao longo de todo o tempo registrado e provavelmente desde o fim do Neolítico, existem três tipos de pessoas no mundo: as Altas, as Médias e as Baixas.[...] Os objetivos desses três grupos são inconciliáveis. O objetivo dos Altos é continuar onde estão. O objetivo do Médios é trocar de lugar com os Altos. O objetivo dos Baixos, isso quando têm um objetivo - pois uma das características marcantes dos Baixos é o fato de estarem tão oprimidos pela trabalheira que só a intervalos mantêm alguma consciência de toda e qualquer coisa externa a seu cotidiano - , é abolir todas as diferenças e criar uma sociedade na qual todos os homens sejam iguais."
"Assim, ao longo da história um conflito cujas características básicas permanecem inalteradas se repete uma ou outra vez. Durante longos períodos os Altos parecem ocupar o poder de forma absolutamente inabalável, porém mais cedo ou mais tarde sempre chega o dia em que eles perde ou a confiança em si mesmo, ou a capacidade de governar com eficiência - ou as duas coisas. São derrubados pelos Médios, que angariam o apoio dos Baixos fingindo lutar por liberdade e justiça. Nem bem atingem seu objetivo, os Médios empurram os Baixos de volta para sua posição subalterna, a fim de se tornarem eles próprios os Altos. Nesse momento um novo grupo de Médios se desprende de um dos dois outros grupo ou de ambos, e o conflito recomeça.Dos três grupos, apenas os Baixos jamais conseguem, nem temporariamente, sucesso na conquista de seus objetivos."
"Há somente quatro maneiras de um grupo dominante perder o poder: ou bem é vencido de fora, ou governa tão mal que as massas são levadas a revoltar-se, ou permite que um grupo Médio forte e descontente passe a existir, ou perde a autoconfiança e o desejo de governar. Essas causas não atuam de modo separado; quase sempre estão todas presentes em alguma medida. Uma classe dominante capaz de proteger-se de todas elas ficaria permanentemente no poder."
"As massas nunca se revoltam por iniciativa própria, e nunca se revoltam não só porque são oprimidas. Acontece que enquanto não lhes for permitido contar com termos de comparação, elas nunca chegarão sequer a dar-se conta de que são oprimidas."
"Um grupo dominante continua sendo um grupo dominante enquanto puder nomear seus sucessores. O Partido não está preocupado com a perpetuação de seu sangue, mas com a perpetuação de si mesmo. Não importa quem exercer o poder, contanto que a estrutura hierárquica permaneça imutável."
"Crimeinterrupção significa a capacidade de estacar, como por instinto, no limiar de todo pensamento perigoso. O conceito inclui a capacidade de não entender analogias, de deixar de perceber erros lógicos, de compreender mal os argumentos mais simples, caso sejam antagônicos ao Socing {regime político do país descrito no livro}, e de sentir-se entediado ou incomodado por toda sequência de raciocínio capaz de enveredar por um rumo herético."
"Em nossa sociedade, aqueles que estão mais informados sobre o que ocorre são também os que estão mais longe de ver o mundo como ele é."
"O Partido não se interessa pelo ato em si: é só o pensamento que nos preocupa. Não nos limitamos a destruir nossos inimigos; nós os transformamos."
"Sabemos que ninguém toma o poder com o objetivo de abandoná-lo. Poder não é um meio, mas um fim. Não se estabelece uma ditadura para proteger uma revolução. Faz-se a revolução para instalar um ditadura. O objetivo da perseguição é a perseguição. O objetivo da tortura é a tortura. O objetivo do poder é o poder."
"Quanto mais poderoso for o Partido, menos tolerante será. Quanto mais fraca a oposição, tanto mais severo será o despotismo."
"A burrice era tão necessária quanto a inteligência, e igualmente difícil de ser adquirida."
"Duplipensamento significa a capacidade de abrigar simultaneamente na cabeça duas crenças contraditórias, e acreditar em ambas [...] Esse processo precisa ser consciente, ou não seria conduzido com a necessária precisão, mas também precisa ser inconsciente, do contrário traria consigo um sentimento de falsidade e, portanto, de culpa."
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Acabei de ler o livro...é uma obra-prima da literatura....penso que ,pra se chegar a um regime como o descrito no livro é fácil....vejo hoje nesse país que nao estamos tão distantes....creio que um regime desses seria a continuação de um regime socialista,se implantado....o seu auge..todos pensam que a etapa seguinte do socialismo seria o comunismo,mas creio que quem implantar o socialismo não irá abdicar do poder e dar o "passo adiante" e irá se perpetuar no poder....o poder corrompe,seduz....a visão do futuro,de O´Brien mostra omo seria esse regime....
ResponderExcluirAcabei de ler o livro...é uma obra-prima da literatura....penso que ,pra se chegar a um regime como o descrito no livro é fácil....vejo hoje nesse país que nao estamos tão distantes....creio que um regime desses seria a continuação de um regime socialista,se implantado....o seu auge..todos pensam que a etapa seguinte do socialismo seria o comunismo,mas creio que quem implantar o socialismo não irá abdicar do poder e dar o "passo adiante" e irá se perpetuar no poder....o poder corrompe,seduz....a visão do futuro,de O´Brien mostra omo seria esse regime....
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